22/01/08

QUAL O PAPEL DAS JUVENTUDES PARTIDÁRIAS?

Este foi o tema de um forum organizado pela Rádio Altitude da Guarda, que contou com a participação de vários jovens, com ligações às diferentes Juventudes Partidárias.
Eu fui um dos participantes e aproveito o facto de a Juventude Socialista de Gouveia colocar ao dispor da população de Gouveia, um meio que permite divulgar informação.
Gostaria de partilhar com todos aqueles que visitam este blogue, a minha ideia sobre o estado e o verdadeiro papel que as Juventudes Partidárias, em particular a Juventude Socialista, têm ou podem ter, na nossa sociedade.

As Juventudes Partidárias estão hoje desacreditadas devidos aos erros cometidos ao longo de 34 anos de Democracia.
Erros mais por culpa alheia do que própria, mas erros efectivos que marcam a sua actividade.
Na 1ª fase do pós 25 de Abril, as Juventudes Partidárias foram verdadeiras escolas de formação cívica e de aprendizagem democrática e foram o colorido e a alegria das campanhas eleitorais.
Veio depois a fase do carreirismo político em que ser líder ou dirigente nacional era o que interessava como trampolim para vir a ser deputado ou entrar para gabinetes ministeriais durante os anos 80 e 90, sendo claramente a JSD a grande responsável durante os governos do Professor Cavaco Silva.
Foi esta atitude que marcou tão negativamente as juventudes partidárias, que afastou e ainda afasta muitos jovens, porque ser de uma jota qualquer passou a ser sinónimo de um tacho partidário.
Hoje, eu e muitos outros, estamos aqui para retomar o rumo de um certo idealismo.
Eu estou na JS para aprender a ser melhor cidadão, para aprender a viver melhor em Democracia, para lutar por políticas de Juventude que dêem um futuro com dignidade e esperança à minha geração.
Quero que a minha Juventude, a JS, seja uma verdadeira escola de cidadãos, uma casa onde se debatem ideias e partilham experiências.
Repudio todas as tentativas de nos transformarem nos totós que só servem para gritar slogans em comícios ou colar cartazes nas campanhas.
Sabem, eu tenho uma ambição para a JS, que é torna-la desejada pelos meus colegas, amigos e conterrâneos.
Desejada porque ali aprende-se, ali formamo-nos como homens e mulheres da liberdade e da defesa dos direitos humanos, como escola cívica.
Eu sei também que não é fácil porque a politica esta desacreditada e os políticos não são levados a sério, mas nós os jovens, temos de resistir à descrença e lutar para mudar as coisas.
Os distritos pequenos, que são aqueles onde há mais dificuldade de recrutamento de jovens para a actividade partidária, porque somos poucos e muitos ainda estudamos ou trabalhamos fora das nossas terras, podemos aproveitar o facto de todos nos conhecermos desde a primária ou secundário para iniciarmos uma viragem nessa mentalidade contra as juventudes partidárias.
Na JS da Guarda estamos a procurar fazer isso, dar a volta por cima, credibilizar a militância, ser útil ao partido, não por seguidismo, mas porque em 1º lugar, procuramos ser úteis aos jovens e mostramos interesse pelos problemas das nossas comunidades, dos nossos concelhos e do nosso Distrito.


2 comentários:

PA disse...

É preciso mobilizar...
Concordo com o camarada Pedro Pacheco,hoje temos juventudes partidárias completamente desvinculadas da sua real função, sem chama e sem intervenção nomeadamente ao serviço da sociedade. Julgo por culpa do "mundo" político actual, os jovens estão fartos de ouvir e ver sempre os mesmos políticos, sem ideias e sem vontades. Estão fartos que os políticos olhem para os jovens como inúteis e "ralé". A verdade é que os jovens olham para a política como algo amorfo sem vida, e pior que isso não vêem uma "luz" que lhes possa conduzir a um futuro de oportunidades. É preciso mobilizar, mas não só por mobilizar, é preciso dar voz aos jovens, são eles o futuro deste país. Temos uma política neste país que necessita de renovação e estou certo que há jovens de valor, inteligentes e capazes de criar rumos e desafios de que o país precisa. Mas não só o país, olhem para a "nossa" Gouveia, também precisa de VOZ!!

Ricardo Monteiro disse...

«É preciso mobilizar, mas não só por mobilizar, é preciso dar voz aos jovens, são eles o futuro deste país».
Começo por citar, esta pequena frase do artigo, pois considero como sintetizadora da forma como a classe política olha para os jovens deste nosso país, à beira-mar plantado.
De facto, é preciso dar mais voz e poder decisório aos jovens pois são eles o futuro e os jovens têm de ser ouvidos por este país, este concelho, esta cidade.
Quando digo dar voz e poder decisório, digo-o, com a plena consciência de que isso dificilmente irá acontecer pois os jovens que realmente se atrevem a erguer a voz para se fazerem ouvir são rapidamente silenciados, pois não interessam são ralé...são apenas uns putos com a mania que já são gente!
Mas esquecem-se esses senhores que um dia também foram jovens e que enquanto jovens contribuíram para derrubar um regime ditatorial...Como é fácil esquecer quando se tem o poder...Como é fácil esquecer que enquanto membros da oposição apregoaram que os jovens têm de ser ouvidos de uma forma séria, e que têm de ser mais respeitados...Como é fácil esquecer que em tempos se defendia um estado que apostaria fortemente na qualificação da mão-de-obra jovem para contribuir para o desenvolvimento sócio-económico do país...Como é tão fácil esquecer-se isso tudo!
Mas cabe-nos a nós,enquanto jovens lutar para sermos ouvidos e tidos em consideração, cabe-nos a nós jovens também, sermos mais dinâmicos e menos conformados...Temos de lutar para que as coisas mudem e não alinhar em jogos políticos e politiquices amorfas e sem sentido nenhum que só contribuem para a manutenção de um estado de marasmo intelectual e social, que só favorece esses senhores que continuam a corromper e a deixar-se corromper por ideais que em nada interessam ao país, aos distritos, aos concelhos, às cidades, às vilas, às aldeias, às freguesias...enfim que em nada interessam ao povo!