22/02/08
Palmadinhas nas Costas??
Como um dos objectivos do blog é debater, acho por bem publicar um excerto de um outro blog e que considero ser assunto de atenta reflexão.
"Como suspeitava e ontem me confirmou quem lá esteve, a reunião do Secretário geral do PS com professores militantes do PS foi puro marketing partidário. É certo que foram anunciadas algumas pequenas concessões em duas ou três coisas de somenos, mas o essencial foi permitir a catarse dos que sendo socialistas e professores se sentem no meio de tenazes ameaçadoras, para a equipa do ME mostrar aos "camaradas" que devem estar orgulhosos da obra feita e para o Primeiro Ministro lhes dar umas revigorantes palmadinhas nas costas preparando o terreno para as próximas batalhas partidárias.
No essencial deve assinalar-se que os professores militantes do PS não têm qualquer intervenção na formulação das políticas educativas e sofrem-nas na pele como todos os outros. Reside aqui o cerne do problema. Em democracia era suposto que houvesse participação alargada na formulação das políticas e era suposto que um partido que governa ouvisse as suas bases e não se limitasse a "falar" para elas. É por isto que se chegou onde sabemos, por défice de participação e excesso de arrogância".José Manuel Silva,
ex-Director Regional de Educação do Centro
http://www.campolavrado.blogspot.com
13/02/08
A Irresponsabilidade da Multidão
Giovanni Papini, in 'Relatório Sobre os Homens'
02/02/08
Desabafos...
Finalmente alguns minutos para poder partilhar alguns desabafos.
Quando decidi que queria participar na política (em particular a nível local) foi algo ponderado e realmente com vontade de poder participar na sociedade de uma forma que ainda não tinha feito até então.
Quando iniciei funções na JS Gouveia introduzimos a ideia de que um juventude partidária não pode nem deve ser apenas um comjunto de jovens disponíveis para trabalhar a colar cartazes. Antes de mais deverá ser uma escola de valores e de formação.
Esta é a teoria que defendo e a prática que tenho defendido nas diversas actividades desenvolvidas.
Agora a praxis de muita gente, e em particular das gerações mais velhas, (as que estão no poder) é diferente.
Essas gerações têm receio do debate franco e da correspondente abertura. E digo isto independentemente dos partidos (seja mais à esquerda seja mais à direita).
Tenho ficado assustado e cada vez mais revoltado com uma série de notícias que têm surgido na comunicação social e que são do conhecimento de todos.
Assustado porque o estado de coisas parece ser cada vez mais grave e revoltado porque também me parece que ninguém consegue (ou quer) resolver nada.
Retenho apenas uma ou outra.
Primeiro: As declarações do Bastonário dos Advogados, criticadas por uma série de puristas que se sentem ofendidos com aquilo que parece evidente ao comum dos cidadãos. O estado de coisas vai continuar igual.
Segundo: Apenas (a nível nacional) Ferro Rodrigues, António José Seguro e Manuel Alegre têm tido coragem para colocar o dedo em algumas feridas, seja a nível do tema da corrupção, seja da actuação de alguns ministérios. O PS caracteriza-se por ter uma multiplicidade de vozes críticas que assim contribuem para a riqueza do partido. Faltam mais vozes, não para destruir mas, para construir melhor.
Terceiro: As recentes notícias sobre o Eng. José Sócrates e as assinaturas. Parece-me, mais uma vez, que há apenas aproveitamento político e não a intenção de realmente modificar seja o que for. Claro, só modificar o partido que está no Governo.
Quarto (e calo-me): O Jackpot (segundo a última edição do Expresso) que saiu ao Casino Lisboa com a assinatura do Ministro da altura (Telmo Correia).
Hoje na Antena1, José Manuel Pureza, a propósito dos 400 anos do Padre António Vieira, disse(e concordo plenamente) que o padre jesuíta foi um dissidente da sociedade de então. Dissidente pois defendia claramente os mais pobres e desfavorecidos contra os interesses instalados. Tanto que defendia que até teve "direito" a um processo da Inquisição. O Padre António Vieira além de ir à missa regulava a sua prática pelos valores que defendia.
Agora para terminar mesmo, falta modificar a linguagem bonita e politicamente correcta que estamos habituados a ter, para um uma bocadinho mais directa, não radical, mas directa.
É tempo de neste país sucessivas gerações de pessoas que vivem na pobreza, na ignorância, na doença, sem acesso a bens e serviços essenciais, se emanciparem e melhorarem as suas condições de vida (e não de sobrevivência).
É tempo de as nossas gerações assumirem as suas convicções e lutarem por elas e não irem apenas na procura da satisfação dos seus próprios interesses e pior ainda, seguirem os métodos das gerações mais velhas para alcançar o poder e exercê-lo.
Até já camaradas...