Como muitos de vós sabeis concerteza, foi aprovada em Assembleia Municipal, uma proposta de parceria público-privada, com vista à requalificação do centro de Gouveia nomeadamente o actual Mercado e zona dos Bellinos( antiga fábrica Bellinos). Neste "pacote" estará também a criação da nova zona industrial nos terrenos da ex-SIG. Para já venho aqui falar do centro de Gouveia, não porque a zona industrial não seja importante, mas porque do ponto de vista urbanístico é bem mais sensível. Sensível porquê? Estamos a falar de uma malha urbana com muitas derivações e influências que ao longos dos anos de apoderaram do " Lugar". Arquitectónicamente falando, o "Lugar" é fundamental, o seu estudo é o ponto de partido para o conceito que tornará o projecto em algo de concreto e material.
Ao longo dos anos, Gouveia viu-se com erros urbanísticos craços que hoje se tornam obstáculos ao seu desenvolvimento, tudo porque os "Senhores do Poder", julgam-se Arquitectos, Urbanistas, Empresários...
Acho que o projecto tem fundamento, é preciso dinamizar a cidade, dar-lhe um ar fresco, tirar a cidade do marasmo, tornando aquele espaço vivo, em que haja analogias entre espaços públicos e privados contíguos, com estrutura. O primeiro passo será o debate, políticos, urbanistas, população e empresários deverão entrar num concenso sobre o que fazer com aquele "Lugar". Não se pode, como já li num jornal, comparar Gouveia com as malhas urbanas de Viseu ou Tondela, falar de volumetrias como quem fala em passeios e arruamentos, deixemos isso para quem sabe. Sobretudo, é preciso não esquecer a envolvência àquele "Lugar", a ribeira, o Bairro do Castelo, com uma malha muito específica, a "nova" Praça Alípio de Melo ( o maior erro dos últimos tempos) e a estrada da Serra.
Não podemos esquecer de igual modo, que neste processo existe uma parceria público-privada em que os segundos não entram para perder dinheiro, mas é importante que não se caía no erro de construir somente um aglomerado habitacional, com toda a especulção imobliária que poderá envolver o valor daqueles terrenos. Está diante de nós construir ali um espaço dinâmico, em que a cultura poderá fazer parte do conceito do projecto, o turismo terá de ser levado em consideração e sobretudo dar funcionalidade e vida onde os jovens da cidade poderão se orgulhar e fazerem parte integrante daquele "Lugar".